Representantes de empresas como Expedia e Samsung se reuniram no festival americano para discutir o futuro do trabalho. Confira suas dicas para usar ferramentas de IA.
Estima-se que, por enquanto, 30% das empresas americanas usam ferramentas de inteligência artificial (IA) ou estão incluindo tal artifício em suas operações. E o avanço de tal prática, segundo analistas da Global X, poderia gerar um lucro de 16 trilhões até 2030.
Com estes dados, Tom Ajello (Lippincott) abriu um painel do festival South by Southwest (SXSW), nos Estados Unidos, que pretendia defender o seguinte: a inteligência artificial não tomará seu emprego. Mas quem aprender a usá-la, sim.
Na ocasião também estavam Chandreyi Davis (Expedia Group), Blake Gaiser (Samsung) e Allison Sitzman (Shutterstock). Você confere os destaques neste texto, graças à colaboração da VOCÊ RH com Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa que participou do evento sobre criatividade e inovação, e a empresa de bem-estar Vidalink.
Os especialistas do painel trouxeram quatro perspectivas principais sobre o uso da IA:
1. Ela pode simplificar a jornada do consumidor
Chandreyi defende que, ao usar ferramentas de IA, as empresas podem tornar suas plataformas online mais eficientes, facilitando a vida dos usuários. Ela dá o exemplo da Expedia, um site de viagens que usa IA para encontrar as melhores opções de hotéis e passagens aéreas de acordo com uma descrição fornecida pelo consumidor.
O usuário da plataforma digita: “Quero uma viagem em família, de quatro pessoas, para Paris, com atrações para o meu filho que gosta do espaço”. E voilà: a plataforma escolhe opções economizando, segundo Chandreyi, uma curadoria que poderia durar 40 horas se feita de maneira manual.
2. Há limites éticos para o uso da IA
Para Alisson, ferramentas de IA generativa podem ajudar algumas marcas a contarem suas histórias. Mas é fundamental dar um passo atrás e avaliar os riscos da prática em relação à proteção de dados e aos direitos autorais: os textos e imagens gerados artificialmente devem obedecer ao licenciamento dos conteúdos que serviram de base, por exemplo.
3. Ela pode ajudar a pensar no futuro
Blake defende que ferramentas de IA podem facilitar tarefas que envolvem previsões. Ele dá o exemplo da Samsung, que as utiliza para monitorar e projetar tendências tecnológicas para os dois anos seguintes – o que ajudaria no desenvolvimento de seus smartphones.
“O futuro é construído no agora. Esta é uma perspectiva que Amy Webb [pesquisadora de tendências e CEO do Future Today Institute] endossou durante o SXSW 2024, por exemplo”, afirma Renata Rivetti. “Para as lideranças, isso significa aprimorar o diagnóstico de necessidades e oportunidades que existem e que ainda podem surgir.”
4. Ela pode impulsionar a colaboração
Os especialistas do painel defendem que o avanço da IA vai, sim, transformar o mercado de trabalho e que as organizações precisarão se adaptar. Mas isso pode abrir espaço para tempos mais colaborativos.
Para Renata, a tecnologia também pode ajudar a impulsionar o equilíbrio entre vida pessoal e profissional: “É o momento de substituir a produção desenfreada e as métricas utópicas de produtividade por um trabalho cada vez mais sustentável”.
Luis González, CEO da Vidalink, argumenta que a cultura organizacional é uma peça importante para a construção do futuro do trabalho. “Os líderes têm um papel fundamental de desconstruir a abordagem intimidadora da IA para que seus colaboradores tenham oportunidade de experimentar, errar e aprender.”
As palestras e debates do SXSW 2024 acabaram no último sábado (16). Você confere os principais insights do evento sobre o futuro do trabalho no site, nas redes sociais ou no grupo do WhatsApp da VOCÊ RH.