Entre os principais motivos para o comportamento está a sobrecarga de trabalho.
Metade dos funcionários praticam o quiet quitting, também conhecido como demissão silenciosa.
O levantamento foi realizado pela Reconnect Happiness at Work, empresa especializada em felicidade corporativa e liderança positiva, em parceria com a Feedz, startup que atua com a digitalização de processos do RH e departamento pessoal.
Ao todo, 176 profissionais foram entrevistados no mês de novembro, sendo 55,6% de CEOs e 44,4% de colaboradores. As áreas de atuação dos entrevistados são: serviços (26,1%), tecnologia (19,9%), indústria (16,5%), finanças (6,8%), comunicação (6,3%), startup (5,7%) e outros segmentos (18,8%).
Quiet quitting
O quiet quitting, ou demissão silenciosa, foi uma expressão que entrou no vocabulário corporativo em 2021. A prática acontece quando o funcionário toma a decisão de limitar suas tarefas àquelas estritamente necessárias dentro da sua função e escopo de trabalho, evitando longas jornadas e sobrecarga.
Essa é a realidade para 50% dos entrevistados, que disseram fazer o quiet quitting por se sentirem sobrecarregados em seus trabalhos. A outra metade afirmou que se sente engajada.
“O quiet quitting é também um grande alerta para o próprio profissional. Num contexto de trabalho, qual é o grau de envolvimento e satisfação que está tendo com a sua vida profissional? Você entende que os altos e baixos fazem parte de todo processo de desenvolvimento e crescimento? O quanto você está comprometido com isso e quais são seus limites?”, explica a CEO da Bold HRO, consultoria de recrutamento especializado e desenvolvimento organizacional, Maria Eduarda Silveira.
Pontos valorizados pelos funcionários
Outro questionamento da pesquisa foi quais os pontos são mais importantes para os funcionários em um emprego. Para 25% dos entrevistados, a flexibilidade e a qualidade de vida são essenciais. Outros 21,6% afirmaram que reconhecimento e valorização do trabalho feito é o mais importante. Já 15% dizem que trabalhar em uma empresa com os mesmos valores que os seus é o que faz a diferença.
Para a diretora da Reconnect Happiness at Work, Renata Rivetti, as empresas que oferecem aos funcionários a possibilidade de trabalhar de forma 100% remota ou híbrida e concede algo a mais que bons salários e benefícios podem atrair bons profissionais com mais facilidade.
“Os colaboradores querem mais do que um bom salário e benefícios, que é o mínimo, mas não tudo. As pessoas querem qualidade de vida e o reconhecimento de uma empresa que tenha a ver com seus valores e que traga significado às suas vidas”, explica.
Demissão
O levantamento descobriu que a maioria das pessoas que pedem demissão (41%) o fazem por questões financeiras ou por receberem uma proposta profissional melhor. Já 22% disseram que saem da uma empresa por discordarem de atitudes da liderança e outros 22% afirmaram que se sentiram desconectados com a cultura e os valores da empresa.
“O mais importante é a empresa realmente ter clareza de sua cultura interna e se está atuando de forma a fortalecê-la, engajando os funcionários e capacitando a liderança para que saibam reforçar os pilares que sustentam esses valores dentro de suas estruturas. Isto é o que trará senso de propósito e coesão ao time”, explicou Maria Eduarda Silveira.
Quando os entrevistados foram questionados sobre se desejam ou não continuar na empresa, 39,2% responderam que querem continuar na empresa; 23,9% pensam em mudar. Outros 20,5% desejam continuar na mesma empresa, desde que sejam promovidos ou mudem de área e 13,1% desejam continuar, desde que haja mudanças nas atitudes da liderança, ou que a empresa promova um novo líder.
Com informações da Isto É Dinheiro